Descobrindo o conforto de alto-falantes

Traduções: English (en)
Data de publicação: 27/05/2022
Categorias: compra, conforto, som

Em 2014, durante uma viagem escolar para a Alemanha, eu comprei um fone de ouvido Razer Tiamat. O som era ótimo e no geral era bem confortável. O único problema era que ele apertava bastante a cabeça e me dava dor de cabeça depois de longas horas de uso.

Esse fone me serviu bastante e eu usei ele até 2021. A essa altura, o couro das almofadas já tinha desgastado quase completamente e o conector p2 quebrou e precisou soldar um novo duas vezes. Uma das vezes o contato de um dos fios não estava muito bom, o que fez com que um lado ficasse mais alto que o outro e precisou ser compensado em software, mas a compensação necessária mudava conforme o volume mudava, o que me deixou doido e eu lembro de ter ficado absurdamente feliz quando eu finalmente consertei isso.

Então em 2021 já estava mais do que na hora de um novo fone. Já que a pressão na cabeça era o meu maior problema, eu queria achar um que apertasse o mínimo possível e que ainda tivesse um preço razoável.

À procura de um fone confortável

Pesquisando na internet eu encontrei um site chamado Rtings que analiza e classifica fones, e um dos critérios é o quanto ele aperta (Clamping force). Eu filtrei a lista por esse critério e decidi pegar o HyperX Cloud Alpha já que ele era um dos que menos apertava e não era muito caro.

Mas quando ele chegou, eu fiquei bem decepcionado. Ele apertava muito mais do que o Tiamat e me dava dor de cabeça bem rápido depois de uma ou duas horas de uso. Eu tentei deixar ele esticando de um dia para o outro, mas não fez nenhuma diferença. Então eventualmente eu comecei a evitar a usar o fone e usar os alto-falantes embutidos do notebook, que soam muito mal, mas pelo menos não machucam.

Alguns meses depois eu tinha me mudado para os EUA e tinha uma gama muito maior de opções à disposição, então eu decidi tentar de novo. Eu não queria errar uma segunda vez, então eu fiz questão de experimentar o maior número possível de fones em lojas físicas, e a B&H era a maior que eu conhecia.

Mas para minha surpresa, quase todos eles apertavam o suficiente para serem desconfortáveis para mim. Até o Bose QuietComfort 35, que pelas minhas pesquisas era um dos fones mais confortáveis, era um pouco apertado para mim. Mas eu achei sim alguns dos fones confortáveis, como o Sony Mdr7506, Phillips HP9500 e Koss UR20. E curioso que eles eram mais baratos que a maioria também. Mas esses fones eram tão soltos que parecia que iriam cair facilmente. Aparentemente eu não conseguia achar um meio termo para a pressão do fone.

Nessa hora eu comecei a pensar que talvez meu problema era inerente a fones. Eu já tinha pensado em fones intra-auriculares também, mas o problema deles é que eles deformam dentro do seu ouvido, causando outro tipo de dor. Então de repente eu pensei em alto-falantes. Será que eles seriam a minha solução?

Procurando um bom alto-falante

Pesquisando eu encontrei um ranking de alto-falantes bem pesquisado e testado da Wirecutter. Aparentemente essa é uma série bem conhecida de rankings, mas eu nunca tinha ouvido falar então fiquei feliz de encontrar.

Eu cheguei bem perto de comprar um dos falantes mais recomendados deles, mas eu senti que seria mais importante ter um subwoofer do que a resposta em frequência ser plana como eles estavam priorizando, já que meu caso de uso é basicamente ouvir música, e não produzir.

Eles tinham como "Also great" o Klipsch ProMedia 2.1 THX, que tem subwoofer. Pesquisando em outros rankings, eu percebi que apesar dos primeiros colocados serem diferentes, esse falante estava consistentemente aparecendo na maioria deles. E aparentemente ele é vendido já há uns bons anos, então se ele continua relevante nesses rankings, deve realmente ser bom.

As desvantagens do Klipsch geralmente mencionavam a necessidade de espaço extra para o subwoofer espaçoso e a falta de conectividade com por exemplo bluetooth - a entrada de áudio é somente através de um cabo p2. Eu não vi nenhum problema quanto ao espaço: o subwoofer vai no chão, e lá eu tenho espaço de sobra! Quanto à entrada de áudio: eu ia deixar o falante conectado constantemente na porta "Line Out" da doca do meu notebook, então sem problemas também.

Por fim, para ter uma ideia melhor do quão importante um subwoofer seria para mim, eu abri algumas músicas que eu gosto e que tem bastante grave no Audacity e usei o efeito "Filter Curve" e tentei imitar o gráfico de resposta em frequência que o artigo da Wirecutter mostrou para um dos falantes que não tinha subwoofer para ver como soaria. Isso se mostrou útil e ficou claro que sem as baixas frequências, essas músicas perderam bastante substância. Então eu concluí que realmente queria um subwoofer, e o Klipsch parecia ser o melhor falante com um, então eu escolhi ele.

O Klipsch ProMedia 2.1 THX

E olha... Essa deve ter sido uma das minhas compras mais felizes na vida. Primeiro de tudo, por causa da mudança de fone para alto-falante. Eu nem acredito que finalmente posso ouvir música o dia inteiro sem sentir absolutamente nada na minha cabeça. Isso é mágico.

Segundo, o subwoofer realmente traz vida para a música. Não é toda música que faz uso dele, mas mais músicas do que eu pensei que seria. Dá para ouvir (e sentir!) ele principalmente no baixo e na percussão das músicas. O Klipsch tem um ajuste de volume separado para o subwoofer e eu fico diminuindo e aumentando ele para comparar a diferença que faz e realmente é impressionante.

Quanto às desvantagens, o Klipsch tem um LED bem brilhante para mostrar que está ligado, mas não tem um botão para desligar, ou seja, esse LED fica sempre ligado. Mas um pedacinho de fita isolante em cima resolve o problema.

Outra coisa é que agora que eu tenho um alto-falante tão bom preso na minha mesa, eu sinto falta dele quando levo meu notebook para um outro cômodo. Se tivesse um jeito de trazer ele comigo de uma forma portátil seria ótimo... Mas aí voltamos ao conceito de fone de ouvido e já sabemos onde esse caminho dá 😝. Eu também sinto um pouco de falta do isolamento sonoro (nos dois sentidos) de um fone, mas isso é bem menos importante do que conforto para mim.

Conclusão

Eu acho interessante que quando eu era criança, o computador na minha casa tinha um par de alto-falantes como era de costume. Mas desde então eu só tive, e vi outras pessoas usarem, fones de ouvido, então eu incoscientemente passei a considerá-los como a única opção. Perceber que esse não é o caso, apesar de alto-falantes hoje em dia aparentemente serem bem menos comuns, e voltar a usá-los é até poético de certa forma.

Eu ainda tenho meu odiado fone de ouvido e eu uso ele para chamadas, já que o eco dos alto-falantes seria muito ruim. Mas assim que a chamada termina eu fico muito feliz em tirar o fone e voltar para o conforto dos meus alto-falantes 😌.